sexta-feira, 18 de junho de 2010

Me lavas, me salvas!

De um devaneio para outro devaneio. Saio da cama e me dirijo para a janela... Ainda tenho o desejo de que a chuva que lava aquelas calçadas lave a minha alma, não entendo porque o ácido que eu sinto percorrer meu corpo tantas vezes, não desgruda de mim estas malditas sanguessugas que me tiram a vida mansamente. Não entendo porque esse vento friolento que sopra em mim, me cambaleando, não deixa ceder, -ao chão fervorante do inferno, seu devido lugar- essa constante camada pesada sobre mim. Leva chuva! Leva meus males...
Já que minha ansiedade escorre pelos poros, já que estou crivada de ilusões, e sou julgada por sonhar!
Se não podes, Chuva, mandas com estas folhas empalecidas, esses lixos populares, e essas minhas lágrimas, o pedido de salvamento para alguém. Não posso ficar com isso, levas contigo e entregas para alguém, não posso abrir mão da vida, e se for isso, cesse agora! Não quero ir-me assim, aos poucos.
Sei que quando vivemos já começamos a morrer... mas eu já me sinto uma esponja de tanto que absorvi, pedes para alguém me torcer, porque eu ainda quero viver!

sábado, 12 de junho de 2010

Com toda minha força



Sem me importar com o tempo, agarrei-me fortemente ao colchão com o resto de unhas que a ansiedade tivera feito sumir, apertei contra o meu peito que parecia rasgar, na tentativa frustrada, de amenizar a intensidade que eu me desmanchava e, me livrar do frio no estomago.
Meus dentes rangiam enquanto eu abafava o choro, e aos poucos ia mergulhando, sem saber nadar, na memória angustiante, e começava a lembrar-me do teu semblante... Algo perfeito, que refletia a mim como razão pra tudo. Não poderias ter nem idéia do quanto eu te queria ali, ou em qualquer outro lugar, queria que, assim como nos meus contínuos sonhos, nossos corpos estivessem entrelaçados, prometidos a nunca se separarem, como nosso eterno amor.
Enquanto me afogava em saudade, começava a gritar, com toda a minha força, sem nem me importar que minha garganta estivesse rasgando, na tentativa de atravessar toda a distância, romper qualquer coisa que desfavorecesse nós dois, e gritei teu nome o quanto eu pude... E quando exausta, quando nem minha cabeça agüentava mais latejar, apenas dei termino as palavras com um murmúrio: ‘’ Eu amo você pra sempre ’’ . Mas só as palavras foram cessadas, porque eu te queria dizer mais, pedir-lhe mais, abusar-te mais, e lutar mais até nossos corpos se unirem e nunca mais se separarem. Queria repetir-lhe tudo o que já ouvirás de mim tantas vezes, queria-te pedir de novo a eternidade em teus braços, te re-afirmar que eu sou tua, e que foi prometido nossa união eterna.
E quando voltei a mim, percebi que teu peito não aquecia minhas costas, e a segurança do teu abraço não me confortava mais... Abracei-me e voltei a fechar os olhos, como de costume ao buscar socorro, e lá estava teu rosto, me transparecendo tranqüilidade, apenas voltei a ignorar a distancia e me pus a te repetir meus sonhos.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Se me disseres que não deixei saudades, não irei me espantar, sinto que levei-a toda comigo, e do abrigo que fiz entre o frio intenso encima do colchão e meus cobertores, me afogava na memória, gritei em pesadelos, adoeci com a angustia e enlouqueci com a tua ausência ao meu lado na cama. E antes fosse tua completa ausência, mas o que me rasgava fora tua intensa presença no meu interior, nos incessantes sonhos, nas inacabaveis lembranças, nos rompantes que tua imagem dócil que refletia minha felicidade me vinha à mente, nos constantes pensamentos..
E o incrível efeito que tinha sobre mim, me fazendo a criatura mais feliz, me fazendo ser o melhor que posso, mantendo borboletas no meu estômago, e me dando o melhor amor que eu podia ter, me dando chances de poder te dar todo o amor que eu tenho em mim, com toda força do mundo.